segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Jay Vaquer, eterno artista desconhecido?

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Protect
Me From What I Want



Não sei como ainda não escrevi sobre isso no blog.
Nunca falei do Jay Vaquer! E uma das frases dele está no próprio subtítulo desse blog.

Ah, o Jay... Ele é o meu cantor nacional favorito! Simplesmente um poeta em minha humilde opinião, combinando palavras de uma maneira inesperada e fazendo rimas completamente inusitadas. Gosto da voz dele, do ritmo de suas músicas, das letras que ele mesmo compõe, e dele próprio!

Sabe, ele faz músicas diferentes. Músicas cheias de emoção, que tocam a gente. Eu me emociono com as músicas desse artista, com a profundidade e sutileza de algumas canções, e outras mais críticas e agitadas. Confesso que várias vezes tive que recorrer ao dicionário para poder entender tudo o que ele dizia, pois ele faz muito bom uso do vasto arsenal de palavras da língua portuguesa. Mas o melhor disso é que ele abre inúmeras interpretações para o que diz. Cansei de escutar uma música e depois interpretar ela de uma maneira completamente diferente.

O Jay foi crescendo musicalmente, com 10 anos de carreira ele possui 5 álbuns de estúdio e um DVD. Gosto de ver e ir aos seus shows dele, escutar sua voz ao vivo, o assistir interpretando personagens de suas músicas e de nosso mundo conturbado, de comprar os CD's e ver todo o cuidado artístico e gráfico que ele têm.


Ele é realmente muito querido, e eu o admiro de verdade. Suas músicas já embalaram muitos momentos de minha vida, muitas vezes me fazendo pensar e agir diferente do que agiria, se não fosse pela reflexão proporcionada por suas músicas. E, por isso, eu sou muito grato. Por que ele também me fez aprender muitas coisas... pode parecer meio bobo dito (escrito) assim, mas é a verdade.

Ele é extremamente talentoso, e não consigo identificar o motivo de tanto não-sucesso. O Jay faz música de qualidade, letras inteligentes, baladas gostosas de cantar, dançar e gritar. Só posso atribuir isso há uma enorme onda de azar, pois é um fato inexplicável. Juro que se eu ganhasse uns milhões na loteria, financiaria um clipe e uma boa divulgação para o Jay. Simplesmente por que ele merece.

Com tanta besteira na televisão e nos rádios, tantas músicas dispensáveis, não entendo por que ele não obtém seu espaço tão merecido. Pelo menos o Jay instiga as pessoas a pensarem, a interpretarem, propõe alguma coisa com seu trabalho.

Aqui em Curitiba, em seus poucos shows, foi triste observar uma casa vazia para prestigiar um talentoso artista desconhecido. Se você não o conhece, por favor, dê uma chance. Seu mais novo CD, Umbigobunker!?, foi lançado recentemente e está disponível. Porém, dessa vez, eu já vejo um Jay um pouco abatido, talvez cansado, com essa interminável onda de azar.

sábado, 6 de agosto de 2011

Nier

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Primeiramente, tenho que pedir desculpas a mim mesmo. Eu queria postar nesse blog muito mais do que ultimamente. Acontece que agora consegui um trabalho em que administro justamente blogs, então todo dia já posto em 2 ou 3 blogs, daí acabo deixando esse de lado. Mas não irei abandonar!

Já gostaria de ter escrito sobre algumas coisas, sobre o fim de Harry Potter, o falecimento de uma pessoa querida, a leitura de um livro polêmico (e muito bom), algumas mudanças na vida, e muitas outras coisas. Mas acredito que futuramente escreverei tudo o que desejo nesse blog.

Hoje, resolvi falar de um jogo. Nunca falei de um jogo aqui, e queria compartilhar com vocês essa história. Irei falar sobre Nier! Aviso que esse testo contém possíveis spoilers.

OK, poucas pessoas já lêem esse blog, e quase ninguém deve saber o que é isso.... Bem, é um jogo de PlayStation 3 que eu comprei e me surpreendi muito. A história do jogo é linda, e sei lá, renderia um filme ou uma série no mínimo, acho muito legal e os personagens são profundos, o enredo é complexo e não possui clichês de alguma maneira.

Esse da foto acima é o próprio! O Nier, personagem principal do jogo e com quem você joga. Por mais estranho que ele possa parecer, meio feio, com uns 50 anos, forte e bruto, ele é extremamente gentil, e ama profundamente sua filha Yonah. A história do jogo é simples, já o pano de fundo não. Você joga como o pai de Yonah, em busca de uma cura pra doença da filha, fazendo o possível e necessário para descobrir os meios de curar Yonah de uma misteriosa doença que aos poucos está consumindo sua vida. Só por aí já achei a sacada do jogo legal, você não é um herói em busca de poder, vingança, ou aventura, simplesmente um pai de meia idade que deseja ver sua filha saudável.

Contextualizando um pouco, o mundo de Nier é no futuro de nosso próprio mundo. Porém, um mundo decadente. Algum desastre inexplicável ocorreu, e a sociedade humana foi dizimada, restando apenas alguns poucos grupos. Acontece que toda a tecnologia se perdeu, assim como o conhecimento dos próprios humanos. As pessoas voltaram a viver em vilas medievais, viver de agricultura e comércio, sem saber o que são os destroços de grandes cidades ou pontes enormes que não levam em nenhum lugar. Simplesmene regrediram em termos intelectuais, e apesar de ser um futuro, vivem em um período nada moderno. Só de imaginar isso já é interessante, pensar em algum futuro que não vai ser cheio de tecnologia e carros voadores, mas sim, perdido no próprio tempo. Afinal, o que destruiu o mundo? Gosto de imaginar que foram nossas próprias guerras, afinal, seria bem plausível e possível.

Nier sai em sua jornada pelo mundo em busca de boatos e curas para Yonah. E algumas pessoas acabam se juntando em sua jornada. Em um universo vazio, onde poucas vilas e pessoas existem, pequenas criaturas denominadas Shades começam a aparecer, misteriosas criaturas vindas das sombras, ninguém sabe dizer de onde surgiram. Nier acaba enfrentando muitos Shades em sua jornada, pois sabe que eles podem ter alguma relação com a doença de sua filha.

Em um templo perdido ele acaba encontrando Grimoire Weiss, um antigo livro sagrado e cheio de conhecimento. Ele desperta-o e conhece Weiss. O livro é mágico e ainda por cima, falante. Ele se junta a Nier e o ensina poderes sobrenaturais que agora Nier pode controlar. Não me lembro muito bem o motivo que une os dois, mas não é simplesmente o acaso. Grimoire Weiss é engraçado, sempre dando palpites e dando uma de sabe-tudo, vive enchendo o saco de Nier.


Mais para frente, outro personagem único e importantíssimo une-se ao grupo. A princípio, com seus próprios motivos e interesses, mas depois devido a afeição por Nier. A solitária Kainé. Ela é uma menina sozinha da cidade de Aerie, que sempre foi excluída e agredida pelas pessoas por ser diferente. Na realidade, Kainé é hermafrodita, meio homem, meio mulher. Muitas pessoas de sua vila a discriminavam ao dizer que ela não era mulher, nem sequer humana. Sua foi a única que ficou ao seu lado, cuidou e a criou. Mas devido a sua condição e ao seu histórico de bulliyng (podemos dizer isso, hehe), Kainé se tornou uma mulher amargurada, agressiva, e muito, mas muito, violenta.

Sua foi tristemente assasinada por um Shade, uma daquelas criaturas sombras, e ao tentar salvar sua a própria Kainé se machucou, compromentendo uma perna e um braço inteiros. Ela morreria, mas o próprio Shade inimigo acabou possuindo seu corpo, e vivendo ali como um parasita, pois também estava muito fraco. Então, ela se uniu justamente a criatura que mais odiava, porém que a mantivesse viva, e vice-versa. Situação difícil, não?

Ela cobriu as partes possuídas pelo Shade com faixas, pois já não são mais humanas, e sim sombras de um corpo que uma vez existiu. Kainé se veste de maneira provocante, justamente para incitar sua sexualidade, numa tentativa de afirmar como deseja ser. Porém, nunca é aceita, nem sequer é permitida sua entrada nas vilas mais conhecidas. Kainé possui uma vida complicada, e é uma personagem extremamente única nos universos de fantasia. Com o tempo, seus sentimentos vão mudando, sua boca suja e agressividade vão amenizando, graças a presença de Nier, com quem ela sutilmente começa a simpatizar (e alguns até diriam, se apaixonar).


Outro personagem que se junta ao grupo é o menino Emil. Primeiramente apresentado como uma criança frágil, que vive apenas com seu mordomo em uma antiga mansão. É uma criança profundamente infeliz, pois possui a habilidade de Medusa, todos os seres vivos que encontram seu olhar são transformados em pedra. Essa habilidade despertou involuntariamente em Emil, e ele acabou congelando sua família e servos da mansão, restando apenas o mordomo. Os que são transformados nunca mais podem voltar, e isso é claro desde o começo. Ele é "cego", pois usa uma grossa faixa nos olhos para evitar desastres. Emil se culpa muito, até conhecer Nier. A relação de Emil com Nier é interessante, e muitas coisas acontecem nessa história, revelando inclusive a verdadeira natureza do poder de Emil.

A questão é que anos depois Emil é transformado, sem querer, em outra coisa. Uma coisa estranha, uma espécie de boneco-esqueleto. Odiando sua própria imagem, mas agora podendo enxergar, Emil entra em conflito com sua existência, sempre desconfortável com a aparência que possui e a condição em que se encontra. Se antes era cego, agora ele podia enxergar, mas havia perdido seu corpo original. É emocionante que em determinada cena do jogo, quando KainéEmil pela primeira vez em sua nova forma, reconhece-o da mesma maneira. Os dois haviam se tornando amigos em um encontro anterior, apesar de suas personalidades completamente opostas, Kainé simpatizava com Emil por se identificar com sua situação.

Os três personagens juntos formam o grupo principal. Unidos, cada um por suas razões, eles partem em busca da cura de Yonah e suas própias respostas. Weiss está sempre brigando com Kainé por ser boca suja, Emil tentando amenizar a situação, e Nier concentrado em seu objetivo.

Uma coisa interessante que eu gosto de ressaltar é que o jogo não possui um vilão exatamente. Até os vilões têm seus sentimentos e vidas, que acabam se ligando com o dos próprios personagens. E isso fica claro quandoo jogo é jogado pela segunda vez, pois uma nova série de diálogos é inserida. O jogo também possui múltiplos finais, dos mais tristes, inesperados, até os que podem ser considerados felizes. Existem muitos outros personagens e histórias parelelas, como um povo mascarado que segue milhares de normas, uma vila dormente na floresta, e mais alguns outros. Mas escrever sobre tudo isso tornaria esse longo texto ainda maior. Saibam que cada história paralela também é minimamente trabalhada com seus personagens, possuindo ótimos enredos.

Deixo com vocês também algumas das belas músicas de Nier, ouçam abaixo e tenho certeza de que não irão se arrepender (quanta propaganda minha, haha). Mas sério, as músicas são lindas mesmo, foi criada uma própria língua para o jogo, a língua que é cantada. É uma língua fictícia, mas possui alguns significados misturados.







Agora, falando um pouco mais sobre os aspectos técnicos...

Com uma das trilhas sonoras mais LINDAS que eu já vi para o jogo, muitas das músicas emocionam. Você realmente se afeiçoa aos personagens, simplesmente pela personalidade deles e o que eles revelam ao longo da jornada. Como o jogo tem um período de tempo em sua continuidade, os personagens crescem e mudam, assim como seus sentimentos, e é muito interessante analisar isso. As músicas sempre parecem tocar na hora certa, criando um ótimo climax para as cenas mais emocionantes. A dublagem de todos os personagens é ÓTIMA, não consigo imaginar dublagem melhor para um jogo. Você pode visualizar a determinação e força, mas cheia de bondade, na voz de Nier. Grimoire Weiss possui uma voz petulante que é ótima. A voz de Kainé é muito boa, uma voz feminina forte que se encaixa perfeitamente no papel do personagem. Assim como as frágeis vozes de Emil e Yonah.

A jogabilidade e os gráficos deixam a desejar um pouco. O jogo é relativamente "feio", se considerarmos que é um jogo de PlayStation3 e é da nova geração. A jogabilidade não é das melhores, não existe sequer a opção de dar um "lock-on" nos inimigos. Porém, para mim esses dois aspectos técnicos não tiveram tanta importância, já que a história me prendeu o suficiente.

Na minha opinião este é um ótimo jogo! Me surpreendeu em todos os sentidos! Eu adoro jogos de RPG como Final Fantasy, mas esse possui uma história que se mostrou muito mais humana e original do que outros jogos por aí. Recomendo aos que gostam do gênero e de uma boa história.

terça-feira, 28 de junho de 2011

A Inesperada Reação Positiva !

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É impressionante como nos surpreendemos com certas pessoas às vezes, e é realmente muito bom quando isso acontece de um jeito positivo!

Eu fiquei muito, mas MUITO feliz, quando contei com a ajuda de alguns amigos para um outro amigo meu que sou gay. Eu já queria ter contado pra ele fazia algum tempo, por que ele é bem importante pra mim, mas sempre tive bastante receio, tanto por ele ser bem mais velho que eu como por ele vir de outra cultura, nem brasileiro é.

E então foi assim, nós contamos pra ele sobre mim, num final de tarde deitados na grama esperando pela aula noturna começar. Bem, ele ficou chocado a princípio, disse que não imaginava, e que tinha achado todo esse tempo que eu era apenas um garoto tímido, quando ele falava das meninas e eu não respondia nada.

Mas depois, ele me abraçou, disse que gostava bastante de mim. E que o fato não fazia NENHUMA diferença para ele. Foi tão surreal, ainda mais por ele ter a idade do meu irmão, e ter uma reação completamente diferente do que meu irmão iria ter. Eu fiquei tão feliz, ele ficou feliz também por eu contar. Acho que foi importante para nossa amizade.

No dia seguinte, ele veio conversar comigo. Me dar algumas dicas, falar para ter cuidado com algumas coisas, com algumas pessoas que eu poderia conhecer. Ele sabe que eu sou, ou pelo menos era, bastante ingênuo, e foi muito querido por querer me dar suporte nesse sentido. E, por isso, eu fui extremamente grato.

Esse fato me lembrou quando eu contei pela primeira vez que era gay para um amigo da escola, no ensino médio. Hoje, não nos falamos tanto mais, mas ele foi muitíssimo importante para mim. Ele me fez contar, eu desabei em lágrimas na casa dele, sentindo o peso e a culpa do mundo por estar confessando meus sentimentos. E ele me abraçou também, disse que isso não modificava nada, pois ele sabia quem eu era, quem eu sou. Lembro, que ao sair da casa dele, fiquei um pouco em pânico por uma pessoa na face da Terra já partilhar do meu segredo. Quanta bobeira, não é....

E, realmente, são essas pessoas que fazem diferença nas nossas vidas. São essas pessoas que são boas, compreensivas e tolerantes, que não veem mal algum em ser diferente, contanto que você seja bom.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Luzes da Noite

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Eu gosto de ver as luzes da noite.

Eu gosto de ver as luzes da noite. As luzes dos faróis dos carros que refletem nos vidros e fazem bolinhas cintilantes e milhares de formas geométricas incompreensíveis. As luzes dos prédios altos, pequenas janelinhas que brilham e guardam lá dentro pessoas com suas vidas cotidianas. As luzes dos postes que iluminam parcialmente as ruas da vizinhança, que sempre deixam a madrugada com um aspecto um tanto sinistro. As luzes das entradas dos bares e das baldas, tão coloridas e chamativas, convidativas em seu propósito de diversão. As luzes de neon, frenéticas e multi-coloridas que tecem anúncios borrados e de fácil destaque em meio às outras. E as luzes das estrelas, tão fracas lá no distante céu noturno da cidade. Céu escuro com alguns pontinhos do tamanho de agulhas que brilham incansavelmente, porém que na verdade são maiores do que todas as luzes do planeta juntas. 

terça-feira, 3 de maio de 2011

Acordar ao seu lado

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Já amanheceu. A luz invadiu a janela do seu quarto fazendo-o ficar bem claro e me acordando mais cedo do que de costume. Na minha casa o sol não invade meu quarto, pois ele tem grossas cortinas blecaute que impedem a luz de entrar. Mas hoje, isso não é um problema, não é um problema acordar com a luz da manhã, ainda mais quando acordo e vejo você ao meu lado.

Você está ali, ainda dormindo. E sinceramente, do fundo do meu coração, eu penso: que bom que você realmente existe, que bom que estamos juntos. Vejo seu rosto descansando e dou um beijo nas bochechas, coloco a mão sobre seus cabelos e fico mexendo neles, descendo até mexer na sua orelha também, apertando ela como eu gosto de fazer.

Então você abre os olhos. Abre e fecha, acordando lentamente, vira e olha pra mim, retribuindo meu olhar. E eu percebo que você sente o mesmo que eu, que está tão feliz por estar acordando do meu lado como eu estou por estar ao seu.

Com um forte abraço ficamos ali, juntos, esperando o tempo passar e ao mesmo tempo desejando que ele não passe. E nesse momento eu sinto que n
osso amor é verdadeiro, que não importa se brigamos ou temos nossas crises às vezes, acordar ao seu lado sempre será tão incrível e reconfortante como sempre foi.


segunda-feira, 28 de março de 2011

Tensão Controlada

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Sim, eu sou uma pessoa um tanto neurótica.

Confesso até que sou meio medroso. Mas como não ser? Eu não sei mais que lugar é seguro, aonde se deve ou não ir, o que é aconselhável ou não. A violência cresceu em tantos lugares, e de tantas maneiras. Não só de assaltos, roubos, e coisas assim. Mas acho que no geral, as pessoas estão se tornando um pouco mais agressivas. No jeito de tratar os outros, de se portar, a gentileza parece que ficou em segundo plano e cedeu pra pressa, pra correria do dia-a-dia.

Fica difícil entender as pessoas, ainda mais quando gestos tão simples são esquecidos, quando a educação já pareçe não ter mais tanta importância. Por exemplo, dentro dos ônibus, é uma atropelação, um em cima do outro, nunca vi. Todos parecem animais, se esforçando pra entrar dentro de um mesmo lugar, brigando e se empurrando.

O problema de sair de noite sem se preocupar, ou até mesmo de dia, já que nem mais horário propício a assaltos existe mais. Andar sozinho, andar em grupo, andar de carro, pegar ônibus, eu não sei, parece que sempre pode acontecer alguma coisa. Eu realmente fico muito irritado e odeio me sentir impotente em relação as coisas que acontecem. O jeito é não criar oportunidades... mas também temos nossas vidas pra viver.

Eu fico muito indignado quando compramos alguma coisa, nos esforçamos ou guardamos dinheiro por muito tempo, e vem um mané e rouba de você em 5 minutos. É muita injustiça. E tá, vão me dizer que esse mané sofreu muito e tem muitos problemas, não teve oportunidades nem educação... mas poxa, eu também tenho problemas, você também, e acho que não é egoísmo querer as coisas que desejamos, que conquistamos, sonhar com uma vida calma e com qualidade. Sem essas tensões inerentes à vida urbana. Conheço tanta gente legal que já se deu mal nas ruas. Bem, eu também posso estar pensando errado, não sei. Dizem que o que vivemos na sociedade é culpa e reflexo da própria sociedade, mas eu começei minha vida agora, e acredito que não tenho culpa pelo mundo ser como é hoje, apesar de saber que tenho que ajudar a torná-lo um lugar melhor para se viver. Ou é errado e egoísta pensar assim? Só estou dizendo que este mundo está longe de ser ideal, e vai demorar muito para ser justo com todos os seus habitantes. Talvez, por causa dos próprios habitantes.

Mas acredito que essas sejam as consequências do mundo moderno, não? Ou pelo menos a realidade de uma cidade que cresceu demais, cresceu mais do que pôde suportar. Ou simplesmente, a realidade do Brasil.
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quarta-feira, 23 de março de 2011

Escolhe-se ser gay?

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Hoje foi um dia muito diferente...

Estávamos na aula de Interculturalidade na Universidade conversando em grupo com as 2 professoras que ministram a aula, sobre escolhas e caminhos, que nada deve ser 100% radical, que não existem verdades absolutas ou coisas que estejam totalmente certas ou totalmente erradas, boas ou ruins. Tudo depende do lugar, da cultura, do povo, e principalmente, de quem vê essas questões, do observador, pois ele que define sua verdade interna.

E então numa discussão sobre o que é certo e errado para cada um, eu disse justamente isso, que as coisas não podem e nem devem ser extremadas pelo que é correto ou não, sempre temos que dosar e tolerar as pessoas em suas próprias individualidades desde que elas não interfiram na dos outros. E claro, cada um deve respeitar a individualidade do próximo, procurando compor uma sociedade justa e igualitária. Sim, um pouco utópico...

E então meu namorado disse que concordava com isso, e para a minha surpresa e de toda turma, ele falou mais ou menos isso:

"Por que, assim, eu sou gay, e acho errado quando as pessoas se referem a homossexualidade como 'opção'. Todos sabem que não é uma opção, você não escolhe, você nasce assim, e ainda assim se fala em 'opção'. Eu não escolhi ser gay, você acha que eu escolheria em sã consciência fazer parte de uma minoria, que sofre preconceitos, e ainda por cima pode apanhar na rua por besteiras?".

Ele falou o que nós estávamos conversando baixinho, sussurando, o que eu e ele pensávamos sobre essa questão da "opção". Mas eu nunca pensei que ele realmente pudesse falar alto pra todos daquele jeito! Eu fiquei tão feliz por ele, por ele ter essa atitude. Por que às vezes eu também gostaria de ter essa mesma coragem e dizer, defender minhas idéias sem ter que ficar pensando baixinho só comigo. Isso desencadeou mais algumas discussões sobre o tema, mas não houve problema algum com as professoras ou os alunos. Eu já contei pra minha mãe que sou gay fazem anos, e hoje está tudo bem, sem problema algum, ela e meu namorado se dão muito bem inclusive. Mas ainda tem o mundo pela frente, que é muito diferente de um coração de mãe...

E sobre a questão da escolha, eu sei dentro de mim que não foi uma escolha, que não se escolhe isso, do mesmo jeito que não se escolhe nascer negro ou nascer mulher, nascer baixinho ou alto. Religião é muito mais uma questão de escolha do que todas essas outras. Só queria dizer que o admirei muito por fazer isso, e inclusive no final da aula alguns colegas vieram dar os parabéns pela coragem dele, é sério! Nem todos na sala sabiam que ele é gay, e nem sobre mim, nem que somos namorados. Mas grande parte já desconfiava... e na realidade, acho que agora não tem problema algum em contar sobre nós também!

Volta e meia eu provoco ele pedindo pra ele me dar um beijo em público ou me abraçar, e ele se morde todo! Eu dou um abraço tímido, um beijinho rapidinho na bochecha antes que alguns estudantes passem e percebam, mas espero pelo dia em que possamos ficar juntos sem problema algum.

Por que eu amo ele, e se qualquer um parar e pensar, não há problema nenhum em amar, não prejudica absolutamente ninguém, muito pelo contrário! Só traz alegria =D

Ponyo!

quarta-feira, 16 de março de 2011

Tediosa tarde de Verão

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Naquela tediosa tarde de verão,

Quando todos saíram de casa e eu fiquei sozinho,

Cansado de tanto olhar pras paredes e

quando os livros e o computador também já estavam cansados de me olhar,

Percebi que o calor, a monotonia e o tédio

me deixavam mais vegetativo ainda.

Só havia uma coisa que eu poderia fazer.

Eu saio de casa e vou andar pelas ruas,

Observando tudo como se visse pela primeira vez,

Vendo o céu azul e o sol se pondo,

As nuvens se mexendo lá em cima

E o barulho dos carros misturado com o dos passarinhos.

E então começo a correr,

Simplesmente sem motivos começo a correr,

O vento bate em meu rosto e o sangue começa a percorrer meu corpo,

Vou correndo bem rápido sem pensar pra onde vou, despenteando o cabelo e agitando a circulação.

Começo a sentir minhas pernas ficarem quentes e o vento toca meu rosto com mais velocidade, deixando tudo um pouco embaçado.

Eu corro, corro pra qualquer lugar, rápido, despreocupado, determinado, só para correr e sentir esse prazer, meu rosto começa a suar e a respiração ofegar.

E depois desacelero, cansado, respirando rápido, me curvando para o chão pra poder descansar.

E quando fico ereto novamente, sinto o vento mais uma vez em meu rosto, e as nuvens lá em cima, o céu ainda azul e o sol se escondendo, os passarinhos parando de cantar e o ronco dos carros ao longe.

É tão se sentir vivo!

Foi tão bom ME sentir vivo, como parte de um todo, um mundo em movimento. Sentir uma energia passar por mim, como que me acordando de um estado dormente. Não sei o que realmente aconteceu, só sei explicar que essa foi a melhor parte da minha tediosa tarde de verão.


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Nós costumávamos ser amigos

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~ Há muito tempo atrás, nós costumávamos ser amigos, mas eu não tenho pensado em você nos últimos tempos ~
Sempre que escutava uma música, essa música do trecho aqui de cima, ficava pensando se algum dia ela faria algum sentido pra mim, se alguém ou alguma situação se encaixaria nela. É uma música do seriado The OC, e tocava frequentemente quando alguma amizade balançava um pouco.

Uma vez eu fui idiota e até pensei: "se um dia eu brigar com algum amigo meu, eu vou mandar essa música!". Besteira minha, coisa de adolescente. O fato é que eu nunca briguei com nenhum amigo meu a ponto de querer mandar essa música ou simplesmente nunca mais ver na vida, pois todos os meus amigos verdadeiros são amigos que quero levar pra vida toda. Com exeção de alguns casos, pensando melhor... mas essas são situações bem específicas, e eu tinha meus motivos pra me afastar. Acho que quando amizades não fazem bem pra gente, quando nos incomodamos mais do que nos alegramos, não vale a pena continuar, certo? Não sei, acho que esse é meu critério.

Amizades vem e vão, e as que ficam são aquelas que são importantes demais pra a gente deixar ir, permitir que sequem e acabem. Quando as amizades são resistentes e importantes assim, não tem como deixá-las partir, por que elas simplesmente já estão na gente, dentro de nós, grudadas de tal maneira que não podem mais se separar. Assim que me sinto com as pessoas que sei que jamais vou deixar de ser amigo.

Por outro lado, algumas amizades são passageiras. Não que não tenham sido importantes, mas elas acabam, tem um prazo de validade que a gente nem imaginava que pudesse existir. Eu era super amigos de 2 meninas, e gostava muito de ambas. Elas eram amigas entre si e acabaram brigando, foi uma confusão, e eu nem sei direito como me meti na história também, mas acabei ficando no meio da briga delas. E hoje não falo com nenhuma, do mesmo jeito que elas entraram na minha na minha vida quase juntas, saíram assim também. E, por incrível que pareça, às vezes sinto falta delas. Sinto mais falta de uma do que de outra, mas mesmo assim, sinto saudades, e não sei se isso é normal ou se sou muito apegado.

Por isso que me sinto esquisito quando uma amizade dessas que grudam, ficam com você por anos e anos, parece que está chegando no fim do prazo de validade. Não sei o que fazer, como agir ou como evitar brigas ou distanciamentos. Não sei se é natural ou não, mas é estranho e até meio doloroso.

Pode até ser um processo natural, por que no fim das contas nós deixamos de falar com tantos amigos durante nossa vida, nossos supostos melhores amigos de colégio, vizinhança, nem todos aguentam o tempo e a distância quando crescemos. E não é que seja culpa de alguém, mas são coisas que acontecem, crescemos e mudamos e fazemos outros amigos, assim, desse jeito, por que às vezes combinam mais conosco ou por causa da situação que nos encontramos (mudamos de país, cidade, trabalho).

É só que amigos grandes, quando deixam um rastro e uma marca em nós, passam de uma condição a outra, parece que alguma coisa está errada. E daí, parece que eu começo a escutar aquela música do começo e ela faz um pouco mais de sentido... a long time ago, we used to be friends, but I have'nt tought of you lately at all...