domingo, 14 de fevereiro de 2010

Amizades % Divididas

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Ah, é difícil de explicar, é mais difícil entender....

Há muito tempo atrás eu conheci meu melhor amigo. Foi na primeira série, e até hoje ele é meu amigo mais antigo, e sempre, desde aquela época pelo que eu me lembre, fomos melhores amigos. Nós somos um pouco diferentes na realidade, diferenças que com o tempo foram aparecendo, mostrando o ponto de vista que cada um tem sobre a vida, e que hoje, talvez sejam distintos.

Mas isto não importa, pois a ligação dessa amizade é o suficiente para manter-nos juntos. E assim sempre foi, eu mudei de colégio depois e mesmo assim mantínhamos contato, íamos na casa um do outro, saíamos juntos e tudo mais. Na quinta série ele foi estudar no mesmo colégio que eu novamente. Já tinha algumas boas memórias com ele, seria divertido e bom o ter por perto, com os novos amigos do colégio que eu já havia feito.

E então começou. Ele conheceu minhas duas novas amigas e por um tempo nós fomos um grupo. Ele namorou uma delas inclusive. Brigaram, terminaram, ele brigou com as duas, elas brigaram com ele, hoje não sei mais o que aconteceu ao certo. Só sei que fazem 9 anos agora, desde que todas as confusões aconteceram envolvendo nós 4. Pulando muitas etapas e resumindo o resumo para um post, foi mais ou menos assim.

Só que eu realmente gosto delas, das duas, até hoje nós também temos contato. E uma delas se tornou minha melhor amiga, confidente, companheira. Meu laço que se criou com ela foi tão forte como o que se criou com ele, me fazendo ficar conectado aos dois de um jeito que sempre me deixou dividido ao meio. Dividido em vários aspectos, por que ambos sabem da existência um do outro na minha vida, embora eles próprios não tenham a convivência que eu tenho dos dois lados. E eu sou dividido, especialmente, pelo modo de agir e pensar, sentir e falar, que me faz me identificar tanto com um e me questionar tanto com outro. Que me faz às vezes desejar ser mais parecido com um do que com outro, pra finalmente tomar as atitudes que um dia devo tomar.

E eu posso me chatear com um, me consolar com outro, fazer loucuras com um, ver filmes com outro, chorar com um, e rir com outro. É um ciclo que me prende nos dois, essas amizades de tantos anos atrás, essas pessoas que eu amo e hoje não se entendem mais. Nessas pessoas que mudaram tanto, mas que ainda assim, continuam as mesmas pessoas de quando eu conheci.

E talvez eles realmente sejam opostos, incompatíveis. Mas se fosse assim mesmo, eu não seria amigo de ambos até hoje, depois de tantos anos.

Algo me une a eles, de um jeito que cada um me completa um pouquinho, por isso, eu acho, não consigo me desvencilhar de nenhum, e nunca irei.


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

~ Le Ciel ~

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~ Le Ciel ~ Palavras Rezando por sua Felicidade


Começa uma música que eu amo ouvir.

A música que muitos por aqui não devem conhecer, mas uma das que mais me deixam feliz. A música que para alguns pode soar muito estranha e que para mim soa tão harmoniosa de escutar.

Ele canta em françês os versos que eu adoro:
"vamos contar aos nossos amigos histórias encantadas, eu nunca abandonarei você, então deixe-se voar para bem longe", enquanto os outros giram ao seu redor.

Bem, essa é uma das minhas histórias encantadas, assim como tantas outras que me foram contadas. Em roupas púrpuras as luzes se focam, quando todas as outras se abaixam e o cenário mergulha num azul profundo, ao som de uma batida provocante por alguns segundos.

E então eles estão lá, cantando as frases que eu jamais entenderia se não buscasse suas traduções de japonês para português. E ~Le Ciel~ explode dentro de mim na alegria e empolgação que ela é. No show de cores multi-coloridas que mudam e brilham embaladas pelas vozes que cantam suavamente, me fazendo sentir muito melhor.

E durante toda a apresentação meus olhos não desgrudam da tela, me fazendo sentir uma criança assistindo alguma coisa na TV em que nada pode desviar a atenção.

~Le Ciel~ não é 'só mais uma música'. Pelo menos pra mim ela tem outro significado. São palavras que rezam por minha felicidade, sua felicidade. Esse é o próprio título da música em japonês. São frases que dizem para não desistir do amor, dos sonhos, de tudo o que nos importa.

Uma história encantada que se torna real. E mesmo que você não entenda o que eles dizem, as palavras continuam lá, você compreendendo ou não elas possuem o mesmo significado e sentimento.

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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Poem of Empty Heart

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Ah, esse poema infeliz foi o resultado de alguns meses de insegurança e angústia para conhecer uma certa pessoa. No final das contas, nada foi o esperado, e eu só acabei me desapontando. É esse o resultado quando esperamos demais das pessoas que na realidade não conhecemos muito bem. E outra, esse encontros pré-arranjados não dão certo, já tenho certeza disso!


Agora não me pergutem por que raios na hora de escrever eu fui escrever em inglês, simplesmente saiu assim. Perdoem os possíveis erros que cometi na língua inglesa.

I knew I was just going to break my heart once again,
But I couldn't do anything to help it.

I wanted to meet you.

And after all, my heart wasn't broken or hurt,
Because there was nothing there to be broke.

In my heart there was nothing for you yet,
Or for anyone else like you, no feelings at all.

Sadley... because I am empty.
With nothing to fill me, nothing to feel sorry for
Or sad about, so why do I keep feeling like this?

Empty, with something always missing...

Well, I guess is because I wanted to be different,
I wanted it to work, I wanted to be good...

Of course, it wasn't.

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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Mas ele é mais bonito!

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Eu lembro bem quando percebi que tinha algo de diferente em mim, e que isso seria algo importante e que afetaria as pessoas ao meu redor.

Mas vocês sabem, quando somos crianças não sabemos muito bem distinguir as coisas do que é certo ou errado, do que se pode falar e o que não se pode, e principalmente, somos desprovidos de qualquer tipo preconceito. Preconceitos que só futuramente vão se fixando na gente, seja pela sociedade, por nossas idéias, pelas pessoas ao nosso redor, por influências ou por falta de pensar mesmo.

Então a historinha é a seguinte: eu era criança e já sentia esse 'diferente'. Meus pais são divorciados e meu pai mora em outra cidade desde que eu tinha 6 meses, nunca convivi muito com ele. Ele vinha uma vez por ano na nossa casa passar uns dias comigo, com minha mãe, e com meu irmão mais velho. E essa era uma das ocasiões.

Estavamos todos na sala assistindo a cerimônia do Oscar. Eu não entendia direito o que era tudo aquilo, mas já achava fantástico. Todos tão bonitos, tão bem vestidos, andando num tapete vermelho pra ganhar alguma coisa que eu não sabia nem ao certo o que era. E esse era o ano do Titanic! Eu tinha adorado Titanic, já tinha visto mais de uma vez e achava lindo.

E o Leonardo Di Caprio estava entrando em algum lugar junto com a Kate Winslet, o par dele no filme, como vocês sabem. Até que meu pai disse:

"Nossa, essa mulher é muito linda mesmo!", bem enfaticamente.

E eu, na minha ingenuidade e impulso, infelizmente disse:

"Eu prefiro ele, acho ele mais bonito". Pra quê?

Meu pai ficou bravo, disse que eu não podia achar um homem bonito, que ela era mais bonita, muito mais que ele, que eu tinha que achar a beleza nas mulheres, não podia achar homens bonitos, e falou mais um monte e outras coisas de que eu não lembro direito, coisas que eu nem devo ter entedido na época.

Bem, eu senti que o clima ficou pesado na hora, e naquele momento eu percebi que eu era diferente. Tudo por que eu tinha dito algo que ninguém esperava que eu dissesse, algo fora do padrão esperado.

E desde aquele tempo já achava o Di Caprio mais bonito. Ainda acho!
Pelo menos aqui eu posso dizer isso sem ninguém me repreender. E saber que não está errado, muito menos que não deveria ser dito.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Balthamos & Baruch

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Muito bem, aqui vou eu de novo me aventurar em um blog!

Primeiramente, esse não é meu primeiro blog, mas não vai ter relação com nenhum outro que eu já fiz ou qualquer coisa do gênero. Eu fiz um email só para criar esse espaço aqui, onde vou poder escrever o que quiser sem medo de problemas ou de falar o que desejo. Bem, pelo menos assim eu espero... Por isso usei o nome Balthamos, já que é um personagem dos livros "His Dark Materials", de Philip Pullman, que eu gosto bastante. Na realidade, acho que só quero escrever qualquer coisa, exercitar novamente isso em mim, que é algo que tem se perdido, e não ter que necessariamente me identificar, sendo livre pra falar sobre meus sentimentos.

Então vamos a uma "breve" explicação sobre o título do blog!

Balthamos só aparece no terceiro volume da trilogia já citada, e é um anjo de baixo nível. Na obra criada por Pullman, os anjos de baixo nível hierárquico são fracos, quase invisíveis, são translúcidos e bonitos, mas impossíveis de serem vistos à luz do sol. Eles tem suas habilidades limitadas.

Esses livros são bem complexos, e escrever sobre eles aqui e toda a história me custaria muitas linhas, falar que muita gente acha que os livros são coisa de dêmo e que outros acham a história linda, divide opiniões até hoje. O fato é que o Vaticano não gosta deles, assim como não gosta de muita coisa. E como o autor é um ateu assumido, fica difícil chegar a um acordo.

Bem, Balthamos tem um amante, Baruch. Baruch, assim como ele, é apenas outro anjo, os dois são companheiros e juntos se unem a uma rebelião na história. Eles se amam ardorasamente, e são claramente um casal. Hum, esse que é o problema sabe, os dois são anjos, homens, e são um casal. Existe um capítulo no livro somente explicando a história dos dois pra podermos entender melhor. Ah sim, os dois são anjos banidos do céu, acho que vocês podem deduzir por quê... Alguns dizem que anjos são assexuados e tal e não sei mais o quê, mas nessa história não, eles são anjos masculinos e são um casal. É, eu achei bem curioso isso quando li o livro nos meus 13 ou 14 anos. Achei bizarro pra falar a verdade, mas gostei muito da idéia. Lembro de quando eu li o trecho em que os dois anjos se encontram depois de algum tempo, e de como é descrito o abraço deles, intenso, cheio de amor.

Baruch já foi humano um dia, e isso nunca é explicado claramente, mas ele ama somente e unicamente Balthamos. Assim como ele também o ama. E juntos eles buscam fazer o máximo para ajudar quem for necessário nessa rebelião em que estão envolvidos. Acontece que como eu disse, eles são fracos. Balthamos sofre profundamente quando Baruch voa para longe, quando não se comunicam, quando não se vêem. E Baruch também.

Baruch é dos dois, o mais calmo, o mais sensível, o mais amigável. Balthamos por outro lado, se demostra sarcástico e irônico, e parece guardar alguns ressentimentos e arrependimentos nunca revelados. Depois de um série de eventos, e aqui devo avisar que tem alguns spoilers se você irá ler os livros, Baruch voa para muito longe de Balthamos, muito longe mesmo. E mesmo tão distantes, os dois podiam se sentir conectados um com o outro, especiais assim como eles eram um para o outro.

Acontece que Baruch morre, em uma tentativa de ajudar e cumprir a missão a qual ele estava designado. Ele usa de todos os seus esforços para evitar que isso não aconteça, mas Balthamos tem que ficar sozinho no mundo. E é claro que ele sente sua perda no momento que ela acontece, e entra em profundo desespero e depressão, envolto por um luto silencioso.

Depois o que acontece, é simplesmente incrível. Balthamos continua cumprindo sua parte da missão, e uma grande mudança ocorre com esse personagem. Ele sente a falta de Baruch sim, em cada momento de sua vida, mas continua a viver e a fazer o que tem de fazer por ele. E antes, se era um ser fraco, muitas vezes covarde a antipático, as poucos vai ganhando coragem para quebrar sua própria covardia e fazer o que pode fazer de melhor enquanto permaneçe vivo. E assim Balthamos permanece, sozinho, mas também muito melhor consigo mesmo do que quando estava junto de Baruch. Foi isso o que ele ganhou dele, o melhor que ele tinha, o que ele próprio não tinha, para assim conseguir se manter forte e prosseguir na jornada à qual estava destinado.

Bem, essa é uma parte da história desse dois anjos amantes, não vou vou contar tudo aqui, até por que não me lembro bem e levaria muito tempo. Mas leiam os livros, são interessantes! Desde que você não seja um religioso fervoroso e não se sinta incomodado com esses temas...

Acontece que eu me identifiquei com essa história. Sempre gostei de Balthamos, do que acontece com ele, como ele muda, como ele é. E de como o amor dos dois era verdadeiro, como Balthamos permaneceu fiel a ele até o último momento que permaneceu vivo.

E eu, quando pensei em criar esse blog, pensei em Balthamos. Não sei, acho que combina, pra mim pelo menos tem esse significado. Eu me vejo bastante na história dos dois anjos na realidade... e espero continuar a escrever aqui, o que eu desejar e puder, e assim até quando der. Quem sabe um dia eu ache meu Baruch, não pra me devotar a ele como Balthamos fazia, mas para poder o amar da forma mais bonita e pura que alguém pode amar outra pessoa, e ficar com ele pelos dias futuros sabendo que um pertence ao outro. Quem sabe quando eu ache o meu Baruch, eu deixe de ser tão covarde e evasivo como Balthamos um dia foi, e às vezes, como sou.
E finalmente possa ser eu mesmo.


Mas acho que tudo isso é viagem da minha cabeça e nada disso existe, não é?

Bem... Até mais !