quinta-feira, 28 de junho de 2012

Fugindo para Miami

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Às vezes penso em como seria voltar pra Miami. E então me perco em pensamentos, fugindo pra cidade em minhas memórias.

Andando pelas ruas largas, vendo os prédios gigantescos, ouvindo tantas línguas diferentes ao mesmo tempo, inglês, espanhol, ou português.


Na realidade, fiquei poucos dias lá, em torno de dez. Mesmo assim, foi algo tão diferente, tão fora da minha realidade, do meu mundo. Às vezes eu me sentia nos típicos cenários do seriado The O.C., com as mansões luxuosas por todos os cantos e uma cidade bastante perfeita aos meus olhos.

Acredito que ficar pensando nisso, na cidade, é só uma fuga. Fuga da minha realidade aqui, que não é ruim, nem um pouco, mas é bem diferente daquela lá. Acho que por isso que eu gostava tanto do seriado The O.C. Por mais que ele se passasse na Califórnia e não na Flórida, onde fiquei.

Em The O.C., acompanhamos um personagem fora dessa realidade, que não tem nada a ver com esse mundo ideal que muitas vezes imaginamos, repleto de riqueza, conforto, belas paisagens e pessoas bonitas. Eu me sentia um pouco como o Ryan, em um mundo bem diferente, meio deslocado. Acho que por isso que a série fez sucesso, grande parte das pessoas se sente como o Ryan, grande parte do mundo vive o mundo do Ryan. E grande parte das pessoas quer participar desse outro mundo.

Acho que por isso que lembro dos dias de Miami constantemente, pois eles não pareciam nem um pouco com minha vida atual, e com o passar do tempo parecem cada vez mais e mais irreais. Acredito que o problema não seja o Brasil, eu que tenho que aceitar o lugar onde estou, e batalhar para sair dele e ir para onde quiser. Voar, conhecer pessoas, explorar e viajar. Ser alguém grande também, fazer coisas boas e significativas, e parar de pensar no passado todos os momentos e ignorar as coisas que tenho que fazer agora. Ah sim, e parar de pensar nas escolhas, nas escolhas certas. Eu tenho que escolher o certo agora, não é?

No fundo, sempre sabemos o que temos que fazer, só temos um pouco de medo de fazê-lo.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Lei de Causa e Efeito Imediata

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Minha mãe é budista. Na realidade, ela já estudou vários tipos de filosofia e religiões, e agrega o que considera positivo para sua vida em cada uma delas. No fundo, não há diferenças drásticas mesmo. E eu sou assim também. Fiquei mais de um ano praticando o budismo e estudando ele, mas hoje, confesso que acabei me desligando bastante da prática. Não que ela não tenha me ensinado grandes coisas, pois ensinou.

E uma delas foi a Lei da Causa e Efeito.

Essa lei é muito simples, e tem um único preceito. Simplesmente TUDO o que você faz retorna para você, seja bom ou ruim, independente da quantidade. Qualquer ação tem um reação, e dentro desse conceito não existe nenhuma ação que não tenha sua respectiva reação. É simples, é física. Eu realmente acredito nisso, acho muito sensato na verdade, e é um pensamento que nos rege e nos controla.

Às vezes, porém, eu gostaria que essa lei funcionasse com certa rapidez, diria até que desejaria que fosse instantânea. Pode parecer um pouco esquisito dizer isso, ou até mesmo extremista, mas gostaria que as respectivas reações de qualquer ação acontecessem na mesma hora em que as ações ocorrem. Pode parecer algo como "Olho por Olho, Dente por Dente", mas acho que seria muito mais interessante que isso, seria algo que ninguém poderia controlar ou ordenar, uma consequência exata da ação que se realizou sentenciada por alguém onipresente e incontrolável.

Impossível, sim, loucura, com certeza, e algo muito questionável. Mas já imaginou como seria? Cada ação positiva que você realizar iria originar uma mesma ação positiva para você, como moeda de troca. Claro que as pessoas fariam mais coisas boas buscando seus próprios retornos positivos, e não só por serem realmente boas de coração, mas já não fazemos isso? Algumas teorias dizem que nós somos puramente egoístas, e que ao doar dinheiro para um mendigo, por exemplo, não fazemos isso por pena, mas para nos sentirmos menos culpados e mais aliviados com nossas consciências.

Mas não é aí que está o trunfo de ouro dessa possibilidade inexistente. As pessoas simplesmente não fariam mais mal para ninguém. Ninguém! Ninguém quer fazer mal pra alguém e sofrer essas mesmas consequências, tão rápidas e no mesmo momento em que são realizadas.

Ninguém roubaria para não ser roubado, ninguém mataria para não ser morto, ninguém machucaria para não ser machucado, ninguém julgaria os outros para não ser julgado. Seria perfeito, e talvez, sem graça. Não consigo imaginar como seria um mundo assim. Uma ditadura encoberta? Não sei... mas as pessoas certamente tomariam mais cuidado com todas as suas atitudes, pois as mesmas voltariam para si mesmas na mesma velocidade em que são tomadas. E quando sua própria cabeça, segurança, e reputação estão em jogo, todos tendem ser mais cautelosos e sensatos do que antes.

Às vezes é bom divagar....

  

quarta-feira, 2 de maio de 2012

~ My Own Club ~

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Eu nunca fui muito de sair pras danças da noite, de ir nos clubes, nas baladas, nas discotecas como os antigos dizem.

Sempre fui mais caseiro, mas também sempre tive essa curiosidade dentro de mim. De conhecer os lugares noturnos, os drinks brilhantes, os globos coloridos, os efeitos de luzes, toda aquela fumaça do gelo seco no ar, as pessoas dançando, se divertindo e relaxando. Parece tão bom, né?

Pois é, mas como sempre, as coisas que gostamos às vezes parecem mais interessantes em nossas cabeças, ou quem sabe eu que vou nos lugares errados. Eu gosto de sair, mas acho que não encontrei um lugar em que eu me enquadre talvez.

As baladas são sempre tão cheias de bebidas, alguns bêbados, é claro, e tantas drogas e toda pegação, e ainda muita música desconhecida. São poucas as músicas que eu conheço quando saio pra algum lugar, meu gosto deve ser esquisito mesmo. Sou muito eclético e também muito restrito, difícil de classificar. Mas meu problema principal é que as pessoas não parecem dançar muito, nem eu sei dançar muito nesses lugares, fico meio acuado, as pessoas tem interesses mais nas próprias pessoas. Uma disputa, um jogo, cada um busca saciar suas vontades nos outros.

Sabe, então eu faço uma coisa, já que esse é meu jeito. Uma coisa de adolescente vocês vão dizer, mas ainda assim uma coisa divertida. Eu faço minha própria balada, minha própria discoteca. Espero que ninguém me encontre nessas condições, mas devo dizer que me divirto demais.

Quando ninguém está em casa, surge essa oportunidade! E como é bom!
Eu vou no meu quarto, na sala, ligo as caixas de som num volume super alto, coloco as músicas que só eu gosto e que acho que nenhum balada deve tocar. E fico dançando, sozinho, dançando comigo mesmo, na minha própria balada e com minha própria dança.

Faço movimentos bizarros, gritando, cantando, acenando para uma plateia inexistente, ou quem sabe em cima da cama finjindo estar em um show. Vou correndo pela casa com todo som me acompanhando, me divertindo sozinho com meu ritmo cheio de energia.

Então imagino tudo cheio, minha casa cheia de pessoas, todo mundo dançando comigo. Sem ligar se as pessoas dançam errado, se estão só pulando ou fazendo movimentos bregas com as mãos, na minha própria balada, o importante é que ninguém fique parado.

E, finalmente, tudo acaba, uma noite que termina. E eu fico suado no quarto, cansado, sozinho de novo, quando todos partem.