Naquela tediosa tarde de verão,
Quando todos saíram de casa e eu fiquei sozinho,
Cansado de tanto olhar pras paredes e
quando os livros e o computador também já estavam cansados de me olhar,
Percebi que o calor, a monotonia e o tédio
me deixavam mais vegetativo ainda.
Só havia uma coisa que eu poderia fazer.
Eu saio de casa e vou andar pelas ruas,
Observando tudo como se visse pela primeira vez,
Vendo o céu azul e o sol se pondo,
As nuvens se mexendo lá em cima
E o barulho dos carros misturado com o dos passarinhos.
E então começo a correr,
Simplesmente sem motivos começo a correr,
O vento bate em meu rosto e o sangue começa a percorrer meu corpo,
Vou correndo bem rápido sem pensar pra onde vou, despenteando o cabelo e agitando a circulação.
Começo a sentir minhas pernas ficarem quentes e o vento toca meu rosto com mais velocidade, deixando tudo um pouco embaçado.
Eu corro, corro pra qualquer lugar, rápido, despreocupado, determinado, só para correr e sentir esse prazer, meu rosto começa a suar e a respiração ofegar.
E depois desacelero, cansado, respirando rápido, me curvando para o chão pra poder descansar.
E quando fico ereto novamente, sinto o vento mais uma vez em meu rosto, e as nuvens lá em cima, o céu ainda azul e o sol se escondendo, os passarinhos parando de cantar e o ronco dos carros ao longe.
É tão se sentir vivo!
Foi tão bom ME sentir vivo, como parte de um todo, um mundo em movimento. Sentir uma energia passar por mim, como que me acordando de um estado dormente. Não sei o que realmente aconteceu, só sei explicar que essa foi a melhor parte da minha tediosa tarde de verão.
Que todos possam, algum dia, ter uma tediosa tarde de verão como essa.
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