segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Jay Vaquer, eterno artista desconhecido?

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Protect
Me From What I Want



Não sei como ainda não escrevi sobre isso no blog.
Nunca falei do Jay Vaquer! E uma das frases dele está no próprio subtítulo desse blog.

Ah, o Jay... Ele é o meu cantor nacional favorito! Simplesmente um poeta em minha humilde opinião, combinando palavras de uma maneira inesperada e fazendo rimas completamente inusitadas. Gosto da voz dele, do ritmo de suas músicas, das letras que ele mesmo compõe, e dele próprio!

Sabe, ele faz músicas diferentes. Músicas cheias de emoção, que tocam a gente. Eu me emociono com as músicas desse artista, com a profundidade e sutileza de algumas canções, e outras mais críticas e agitadas. Confesso que várias vezes tive que recorrer ao dicionário para poder entender tudo o que ele dizia, pois ele faz muito bom uso do vasto arsenal de palavras da língua portuguesa. Mas o melhor disso é que ele abre inúmeras interpretações para o que diz. Cansei de escutar uma música e depois interpretar ela de uma maneira completamente diferente.

O Jay foi crescendo musicalmente, com 10 anos de carreira ele possui 5 álbuns de estúdio e um DVD. Gosto de ver e ir aos seus shows dele, escutar sua voz ao vivo, o assistir interpretando personagens de suas músicas e de nosso mundo conturbado, de comprar os CD's e ver todo o cuidado artístico e gráfico que ele têm.


Ele é realmente muito querido, e eu o admiro de verdade. Suas músicas já embalaram muitos momentos de minha vida, muitas vezes me fazendo pensar e agir diferente do que agiria, se não fosse pela reflexão proporcionada por suas músicas. E, por isso, eu sou muito grato. Por que ele também me fez aprender muitas coisas... pode parecer meio bobo dito (escrito) assim, mas é a verdade.

Ele é extremamente talentoso, e não consigo identificar o motivo de tanto não-sucesso. O Jay faz música de qualidade, letras inteligentes, baladas gostosas de cantar, dançar e gritar. Só posso atribuir isso há uma enorme onda de azar, pois é um fato inexplicável. Juro que se eu ganhasse uns milhões na loteria, financiaria um clipe e uma boa divulgação para o Jay. Simplesmente por que ele merece.

Com tanta besteira na televisão e nos rádios, tantas músicas dispensáveis, não entendo por que ele não obtém seu espaço tão merecido. Pelo menos o Jay instiga as pessoas a pensarem, a interpretarem, propõe alguma coisa com seu trabalho.

Aqui em Curitiba, em seus poucos shows, foi triste observar uma casa vazia para prestigiar um talentoso artista desconhecido. Se você não o conhece, por favor, dê uma chance. Seu mais novo CD, Umbigobunker!?, foi lançado recentemente e está disponível. Porém, dessa vez, eu já vejo um Jay um pouco abatido, talvez cansado, com essa interminável onda de azar.

sábado, 6 de agosto de 2011

Nier

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Primeiramente, tenho que pedir desculpas a mim mesmo. Eu queria postar nesse blog muito mais do que ultimamente. Acontece que agora consegui um trabalho em que administro justamente blogs, então todo dia já posto em 2 ou 3 blogs, daí acabo deixando esse de lado. Mas não irei abandonar!

Já gostaria de ter escrito sobre algumas coisas, sobre o fim de Harry Potter, o falecimento de uma pessoa querida, a leitura de um livro polêmico (e muito bom), algumas mudanças na vida, e muitas outras coisas. Mas acredito que futuramente escreverei tudo o que desejo nesse blog.

Hoje, resolvi falar de um jogo. Nunca falei de um jogo aqui, e queria compartilhar com vocês essa história. Irei falar sobre Nier! Aviso que esse testo contém possíveis spoilers.

OK, poucas pessoas já lêem esse blog, e quase ninguém deve saber o que é isso.... Bem, é um jogo de PlayStation 3 que eu comprei e me surpreendi muito. A história do jogo é linda, e sei lá, renderia um filme ou uma série no mínimo, acho muito legal e os personagens são profundos, o enredo é complexo e não possui clichês de alguma maneira.

Esse da foto acima é o próprio! O Nier, personagem principal do jogo e com quem você joga. Por mais estranho que ele possa parecer, meio feio, com uns 50 anos, forte e bruto, ele é extremamente gentil, e ama profundamente sua filha Yonah. A história do jogo é simples, já o pano de fundo não. Você joga como o pai de Yonah, em busca de uma cura pra doença da filha, fazendo o possível e necessário para descobrir os meios de curar Yonah de uma misteriosa doença que aos poucos está consumindo sua vida. Só por aí já achei a sacada do jogo legal, você não é um herói em busca de poder, vingança, ou aventura, simplesmente um pai de meia idade que deseja ver sua filha saudável.

Contextualizando um pouco, o mundo de Nier é no futuro de nosso próprio mundo. Porém, um mundo decadente. Algum desastre inexplicável ocorreu, e a sociedade humana foi dizimada, restando apenas alguns poucos grupos. Acontece que toda a tecnologia se perdeu, assim como o conhecimento dos próprios humanos. As pessoas voltaram a viver em vilas medievais, viver de agricultura e comércio, sem saber o que são os destroços de grandes cidades ou pontes enormes que não levam em nenhum lugar. Simplesmene regrediram em termos intelectuais, e apesar de ser um futuro, vivem em um período nada moderno. Só de imaginar isso já é interessante, pensar em algum futuro que não vai ser cheio de tecnologia e carros voadores, mas sim, perdido no próprio tempo. Afinal, o que destruiu o mundo? Gosto de imaginar que foram nossas próprias guerras, afinal, seria bem plausível e possível.

Nier sai em sua jornada pelo mundo em busca de boatos e curas para Yonah. E algumas pessoas acabam se juntando em sua jornada. Em um universo vazio, onde poucas vilas e pessoas existem, pequenas criaturas denominadas Shades começam a aparecer, misteriosas criaturas vindas das sombras, ninguém sabe dizer de onde surgiram. Nier acaba enfrentando muitos Shades em sua jornada, pois sabe que eles podem ter alguma relação com a doença de sua filha.

Em um templo perdido ele acaba encontrando Grimoire Weiss, um antigo livro sagrado e cheio de conhecimento. Ele desperta-o e conhece Weiss. O livro é mágico e ainda por cima, falante. Ele se junta a Nier e o ensina poderes sobrenaturais que agora Nier pode controlar. Não me lembro muito bem o motivo que une os dois, mas não é simplesmente o acaso. Grimoire Weiss é engraçado, sempre dando palpites e dando uma de sabe-tudo, vive enchendo o saco de Nier.


Mais para frente, outro personagem único e importantíssimo une-se ao grupo. A princípio, com seus próprios motivos e interesses, mas depois devido a afeição por Nier. A solitária Kainé. Ela é uma menina sozinha da cidade de Aerie, que sempre foi excluída e agredida pelas pessoas por ser diferente. Na realidade, Kainé é hermafrodita, meio homem, meio mulher. Muitas pessoas de sua vila a discriminavam ao dizer que ela não era mulher, nem sequer humana. Sua foi a única que ficou ao seu lado, cuidou e a criou. Mas devido a sua condição e ao seu histórico de bulliyng (podemos dizer isso, hehe), Kainé se tornou uma mulher amargurada, agressiva, e muito, mas muito, violenta.

Sua foi tristemente assasinada por um Shade, uma daquelas criaturas sombras, e ao tentar salvar sua a própria Kainé se machucou, compromentendo uma perna e um braço inteiros. Ela morreria, mas o próprio Shade inimigo acabou possuindo seu corpo, e vivendo ali como um parasita, pois também estava muito fraco. Então, ela se uniu justamente a criatura que mais odiava, porém que a mantivesse viva, e vice-versa. Situação difícil, não?

Ela cobriu as partes possuídas pelo Shade com faixas, pois já não são mais humanas, e sim sombras de um corpo que uma vez existiu. Kainé se veste de maneira provocante, justamente para incitar sua sexualidade, numa tentativa de afirmar como deseja ser. Porém, nunca é aceita, nem sequer é permitida sua entrada nas vilas mais conhecidas. Kainé possui uma vida complicada, e é uma personagem extremamente única nos universos de fantasia. Com o tempo, seus sentimentos vão mudando, sua boca suja e agressividade vão amenizando, graças a presença de Nier, com quem ela sutilmente começa a simpatizar (e alguns até diriam, se apaixonar).


Outro personagem que se junta ao grupo é o menino Emil. Primeiramente apresentado como uma criança frágil, que vive apenas com seu mordomo em uma antiga mansão. É uma criança profundamente infeliz, pois possui a habilidade de Medusa, todos os seres vivos que encontram seu olhar são transformados em pedra. Essa habilidade despertou involuntariamente em Emil, e ele acabou congelando sua família e servos da mansão, restando apenas o mordomo. Os que são transformados nunca mais podem voltar, e isso é claro desde o começo. Ele é "cego", pois usa uma grossa faixa nos olhos para evitar desastres. Emil se culpa muito, até conhecer Nier. A relação de Emil com Nier é interessante, e muitas coisas acontecem nessa história, revelando inclusive a verdadeira natureza do poder de Emil.

A questão é que anos depois Emil é transformado, sem querer, em outra coisa. Uma coisa estranha, uma espécie de boneco-esqueleto. Odiando sua própria imagem, mas agora podendo enxergar, Emil entra em conflito com sua existência, sempre desconfortável com a aparência que possui e a condição em que se encontra. Se antes era cego, agora ele podia enxergar, mas havia perdido seu corpo original. É emocionante que em determinada cena do jogo, quando KainéEmil pela primeira vez em sua nova forma, reconhece-o da mesma maneira. Os dois haviam se tornando amigos em um encontro anterior, apesar de suas personalidades completamente opostas, Kainé simpatizava com Emil por se identificar com sua situação.

Os três personagens juntos formam o grupo principal. Unidos, cada um por suas razões, eles partem em busca da cura de Yonah e suas própias respostas. Weiss está sempre brigando com Kainé por ser boca suja, Emil tentando amenizar a situação, e Nier concentrado em seu objetivo.

Uma coisa interessante que eu gosto de ressaltar é que o jogo não possui um vilão exatamente. Até os vilões têm seus sentimentos e vidas, que acabam se ligando com o dos próprios personagens. E isso fica claro quandoo jogo é jogado pela segunda vez, pois uma nova série de diálogos é inserida. O jogo também possui múltiplos finais, dos mais tristes, inesperados, até os que podem ser considerados felizes. Existem muitos outros personagens e histórias parelelas, como um povo mascarado que segue milhares de normas, uma vila dormente na floresta, e mais alguns outros. Mas escrever sobre tudo isso tornaria esse longo texto ainda maior. Saibam que cada história paralela também é minimamente trabalhada com seus personagens, possuindo ótimos enredos.

Deixo com vocês também algumas das belas músicas de Nier, ouçam abaixo e tenho certeza de que não irão se arrepender (quanta propaganda minha, haha). Mas sério, as músicas são lindas mesmo, foi criada uma própria língua para o jogo, a língua que é cantada. É uma língua fictícia, mas possui alguns significados misturados.







Agora, falando um pouco mais sobre os aspectos técnicos...

Com uma das trilhas sonoras mais LINDAS que eu já vi para o jogo, muitas das músicas emocionam. Você realmente se afeiçoa aos personagens, simplesmente pela personalidade deles e o que eles revelam ao longo da jornada. Como o jogo tem um período de tempo em sua continuidade, os personagens crescem e mudam, assim como seus sentimentos, e é muito interessante analisar isso. As músicas sempre parecem tocar na hora certa, criando um ótimo climax para as cenas mais emocionantes. A dublagem de todos os personagens é ÓTIMA, não consigo imaginar dublagem melhor para um jogo. Você pode visualizar a determinação e força, mas cheia de bondade, na voz de Nier. Grimoire Weiss possui uma voz petulante que é ótima. A voz de Kainé é muito boa, uma voz feminina forte que se encaixa perfeitamente no papel do personagem. Assim como as frágeis vozes de Emil e Yonah.

A jogabilidade e os gráficos deixam a desejar um pouco. O jogo é relativamente "feio", se considerarmos que é um jogo de PlayStation3 e é da nova geração. A jogabilidade não é das melhores, não existe sequer a opção de dar um "lock-on" nos inimigos. Porém, para mim esses dois aspectos técnicos não tiveram tanta importância, já que a história me prendeu o suficiente.

Na minha opinião este é um ótimo jogo! Me surpreendeu em todos os sentidos! Eu adoro jogos de RPG como Final Fantasy, mas esse possui uma história que se mostrou muito mais humana e original do que outros jogos por aí. Recomendo aos que gostam do gênero e de uma boa história.