sábado, 16 de março de 2013

Analogia: A Vida é Um Jogo de Tetris


Viver é como jogar Tetris, não sei qual imita qual.

No jogo, as peças geométricas caem de forma lenta e aleatória no limite da tela, os jogadores devem encaixá-las do melhor modo possível para obter sucesso no quebra-cabeça. O lema é simples: permanecer o máximo de tempo no jogo, viver o máximo que você puder.

Você não pode prever quais são as próximas peças e também não pode modificá-las quando começam a cair. Se bobear e não encontrar um destino para as peças, elas irão se acumular e você dificilmente irá recuperar o espaço mal aproveitado. Dificilmente, porém não impossível. Quando você faz jogadas planejadas, ou quando está com pura sorte, as peças conseguem se juntar e eliminar linhas de espaço para você poder jogar mais e mais. É impossível prever as próximas peças, nem sempre as que caem são as que você quer ou necessita. Entretanto, é preciso aceitá-las e encontrar um jeito de encaixá-las. E não demore, pois se demorar, o trabalho será maior na hora de tentar se livrar do desalinho.

Peças mal encaixadas normalmente se tornam empecilhos que não podem ser mais desfeitos, são como o histórico de uma pirâmide que você irá construir. Pois nenhuma peça é igual, algumas vão combinar perfeitamente e preencher os espaços que você desejava preencher, outras simplesmente vão cair e bagunçar a ordem das coisas. E, convenhamos, transformar as fundações de uma pirâmide não é algo fácil. Nem os melhores e mais inteligentes arquitetos são capazes de modificar os alicerces de uma construção sem comprometer as estruturas.

Então você vence, ou perde, depende do ponto de vista. Quando você atinge o topo, quando o último bloco colorido cai no último pedaço livre da tela, o jogo encerra-se. Os pontos rodam, o score é declarado, e tudo que você pode fazer é observar as peças que construíram o caminho que levou você ao final. Uma hora ou outra você iria morrer, porém ao olhar para baixo você pode ver todas as peças que encaixou na breve partida do jogo de Tetris e se orgulhar de ter feito o melhor quebra-cabeça possível.

Para mim, viver é como jogar Tetris. Os nossos planos são meio bagunçados, não temos muito controle das peças que irão cair na nossa vida. Às vezes peças indesejadas chegam para nós e embaralham nossas vidas, criam buracos que não são facilmente esquecidos e deixam vazios que comprometem toda estrutura. Por outro lado, todas as outras peças encaixadas, sejam perfeitas ou não, montam nossa história pessoal. As peças coloridas são dispostas nos lugares em que o jogador escolheu colocá-las, não podem ser mais modificadas, elas são a construção das escolhas de cada um.

Veja bem, você só é responsável por escolher o lugar das peças, mas não as peças em si. Não há razão para reclamar das peças que caíram para você, você não escolheu ser como é: moreno, magro, alto, gay, com um peito menor do que o outro e com os lóbulos da orelha salientes. Não há como pedir novas peças, pelo menos não nessa versão do Tetris.

Tudo o que você pode fazer é organizar as peças que você tem do melhor modo possível, dar um jeito de encaixá-las e fazer com que o jogo funcione. Não há como dizer se você irá sair vitorioso ou não no final da partida, uma hora ela irá acabar, e isso não depende de você - é um fato inevitável. Entretanto, você pode tentar fazer um excelente jogo até a última das peças venha a cair. 
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