segunda-feira, 5 de abril de 2010

Romances Juvenis

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Já faz um tempo sim, anos na realidade, mas decidi compartilhar isso aqui também. Eu sempre fui apaixonado, quase sempre durante a minha adolescência tinha alguém de que eu gostava, e que para meu infortúnio, eu não podia gostar.

Não podia gostar... isso sempre me deixava confuso, até entender o que acontecia comigo. Eu lembro quando começei a gostar de um amigo do colégio, que era um dos meus melhores amigos na época. Lembro de como eu ficava agitado perto dele, e ele nem sequer imaginava o turbilhão de sentimentos e pensamentos que passavam por minha cabeça enquanto estava ao seu lado, quando na realidade, eu não desejava só a amizade dele.

Isso sempre foi um incoveniente, porquê eu queria agradar a pessoa, fazer as coisas que ela gosta, sendo cada vez mais amigável. O que gera uma contradição enorme, afinal, eu não quero ser amigo! Mas também não quero deixar de ser amigo! Queria ser alguma coisa, alguma coisa a mais que sei que não posso ser. Não daquelas pessoas pelo menos, meus amigos de colégio que me falavam diaramente das meninas de que eram apaixonados.

E quando eu, conversando com um amiga minha, descobri que ela gostava do mesmo garoto que eu (!), percebi e começei a entender que realmente meu romance colegial nunca iria dar certo. Mas tudo bem, eu era amigo dele, e passar um tempo com ele naquela época já era suficiente. Mas dormir na casa um do outro, fazer todas essas coisas juntos e tudo mais, confesso que era difícil me controlar ao seu redor... e ele com certeza devia perceber minha constante inquietação.

Quando mudei de colégio parei de ser seu amigo, e acho que assim foi melhor. O que vou postar aqui hoje é diferente disso, em partes. Anos depois, eu me apaixonei por outro menino. Até hoje eu realmente não sei o que aconteceu. Ele não era meu amigo, e eu nunca havia falado com ele, mas ele simplesmente era lindo pra mim. E eu gostei dele assim que vi. Nós pegávamos o mesmo ônibus juntos, e depois outro também, ele descia um ponto antes da minha casa. Eu sempre o via lendo os quadrinhos japoneses de que eu gostava tanto, e já o havia encontrado nos eventos de animes e mangás. Ele gostava das mesmas coisas que eu!

Eu queria ser amigo dele, mas não sabia o que falar. A história ia se repetir certamente, como o meu romance colegial. Eu ia ser um ótimo amigo, até o ponto em que ser só amigo seria doloroso e não mais o suficiente. Mas não conseguia evitar isso também.

Então, sem ao menos conhecer ou falar com ele uma vez sequer, escrevi um poema todo apaixonado. O poema era pra mim mesmo também, de recordação desses dias. Me senti meio estranho ao terminar, as rimas meio amadoras ou bobinhas, mas foi o sentimento que eu tinha na hora e quis escrever. Por mais estranho que fosse escrever um poema apaixonado para alguém que você não sabe nem o nome, eu estava satisfeito. Consegui colocar tudo no papel.

E até hoje eu gosto desse poema, por que me lembra essa fase, mesmo que ela seja um pouco triste. Acontece que depois de eu escrever o poema, eu finalmente resolvi tomar alguma atitude e conversar com ele. Por mais que isso não tenha mudado muito o final dessa outra história, que é uma mesma história que costumava se repetir, posso dizer que dessa vez eu tentei.

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